A 3ª Vara Criminal de Marília aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) contra um homem acusado de tentativa de homicídio qualificado contra Alexandre Delphino Bernardi, de 38 anos. O crime ocorreu no Jardim Aquarius, zona oeste da cidade, após um desentendimento no trânsito.
O que aconteceu?
Segundo a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), a confusão começou quando Bernardi, que dirigia um Toyota Corolla, ultrapassou e colidiu com um Volkswagen Saveiro conduzido pelo suspeito. Após o incidente, os motoristas voltaram a se encontrar nas proximidades do Marília Shopping, onde a discussão evoluiu para agressões físicas.
Testemunhas relataram que o acusado desferiu socos contra Bernardi, que caiu de uma altura de quatro metros nos fundos de um posto de combustível. O laudo pericial confirmou que a vítima sofreu lesões graves, precisando de atendimento emergencial pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
As investigações apontam que o agressor teria agido com dolo eventual, assumindo o risco de morte ao continuar a agressão. Após a briga, ele deixou o local sem prestar socorro.
Câmeras e provas
Imagens de câmeras de segurança ajudaram a reconstituir o ocorrido, embora não tenham capturado o momento exato da queda. Até o momento, a vítima segue internada na UTI do Hospital das Clínicas de Marília, sem condições de prestar depoimento.
O acusado responderá por tentativa de homicídio qualificado, crime que prevê pena de 12 a 30 anos de prisão.
Família inicia abaixo-assinado
A família de Bernardi está indignada com o andamento do caso e criou um abaixo-assinado online para pressionar as autoridades. Juliana Fernandes Bernardi, irmã da vítima, afirma que a tentativa de homicídio está sendo minimizada como uma simples “briga de trânsito”.
O movimento, criado há três dias, já reuniu 623 assinaturas e tem como meta atingir 10 mil adesões.
Acusados se defendem
Os suspeitos se apresentaram à polícia 48 horas depois do crime, acompanhados por advogados, e alegaram que tudo não passou de uma discussão acalorada sem intenção de matar.
No entanto, a família de Bernardi exige que a justiça reconheça o crime como homicídio tentado qualificado, alegando motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Além disso, cobram que os envolvidos também sejam responsabilizados por omissão de socorro.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Marília.