A Justiça de Marília decidiu que um homem acusado de matar o tio da esposa durante um churrasco na zona oeste da cidade, em 2021, será julgado pelo Tribunal do Júri. O crime aconteceu na rua General Osório, na Vila Jardim, durante uma confraternização familiar.
O réu, que responde ao processo em liberdade, havia se mudado com a esposa de Curitiba para Marília poucos meses antes do crime. No entanto, o relacionamento com o tio da esposa, Valdir de Melo, já era conturbado.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o homicídio foi motivado por conflitos anteriores e um desentendimento durante o churrasco, que comemorava justamente a mudança do casal para a cidade.
Testemunhas relataram que havia consumo de bebidas alcoólicas no evento, mas o acusado, segundo depoimentos, não teria bebido. Ele pegou uma faca e atacou Valdir, alegando que estava sendo provocado e ameaçado pelo parente, que não aceitava sua presença.
Prisão e alegação de legítima defesa
O acusado, que trabalhava como servente, permaneceu no local após o crime e foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Mais tarde, conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Em depoimento, confessou o homicídio, mas afirmou ter agido em legítima defesa.
O caso apresenta versões contraditórias entre a investigação policial e os depoimentos em juízo, principalmente sobre a vítima estar ou não desarmada no momento do ataque.
Tribunal do Júri e qualificadoras do crime
O juiz da 3ª Vara Criminal de Marília, Fabiano da Silva Moreno, considerou que há indícios suficientes de autoria e materialidade para levar o caso ao Tribunal do Júri.
O magistrado negou o pedido da defesa para absolvição sumária por legítima defesa e também rejeitou a tentativa de desclassificar o crime para lesão corporal seguida de morte.
O réu será julgado com as qualificadoras de:
✅ Motivo fútil – desentendimento banal durante o churrasco
✅ Uso de recurso que dificultou a defesa da vítima – ataque surpresa com arma branca
O acusado ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e seguirá aguardando o julgamento em liberdade.