A direita venceu as eleições legislativas em Portugal neste domingo (18), marcadas por um avanço expressivo da extrema direita. O partido Chega, liderado por André Ventura, obteve 22,6% dos votos e pode superar os socialistas como principal força de oposição.
A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, conquistou 89 das 230 cadeiras do Parlamento, o maior número entre os partidos, mas ainda insuficiente para formar maioria. O primeiro-ministro Luís Montenegro prometeu formar um governo minoritário e descartou alianças com o Chega.
Com mais de 1,3 milhão de votos, o Chega saltou de 50 para 58 cadeiras. Ventura afirmou que o bipartidarismo em Portugal chegou ao fim e criticou as pesquisas que não previam o resultado. O partido defende pautas como penas mais severas para criminosos e restrições à imigração.
O Partido Socialista caiu de 78 para 58 cadeiras. O líder Pedro Nuno Santos anunciou que deixará o cargo. A queda foi atribuída à crise que derrubou o governo anterior e à frustração dos eleitores com a instabilidade política.
A eleição, terceira em três anos, foi convocada após a rejeição de um voto de confiança no governo de Montenegro. O impasse pode atrasar reformas e projetos estratégicos, como a mineração de lítio e a privatização da TAP.
Moradores de Lisboa demonstraram preocupação com a ascensão do Chega, comparando o cenário português ao dos Estados Unidos sob Donald Trump. “Acho que estamos em perigo”, declarou Antonio Albuquerque, de 65 anos.