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SAÚDE DO IDOSO

Demência em idosos hospitalizados afeta atendimento e passa despercebida

Estudo mostra que até metade dos casos não é identificada durante a internação
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP descobriram um grave problema nos hospitais: muitos profissionais não percebem sinais de demência em idosos internados. O estudo revelou que até 50% dos casos passam despercebidos. A equipe costuma focar apenas na doença que levou o paciente à internação, como infecções ou problemas cardíacos.

A demência já atinge 57 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, cerca de 2,5 milhões vivem com essa condição. Segundo projeções, esse número pode ultrapassar 150 milhões até 2050. De acordo com o professor Márlon Aliberti, a demência interfere diretamente na resposta aos medicamentos, aumenta o risco de delírio e dificulta a recuperação.

Os pesquisadores publicaram os dados no Journal of the American Geriatrics Society. Eles analisaram pacientes com 65 anos ou mais internados em hospitais. Dois terços apresentavam algum comprometimento cognitivo. Um terço já tinha demência, mas metade nunca havia recebido diagnóstico.

Para mudar esse cenário, os cientistas propuseram uma solução simples e eficaz. Logo nos primeiros dias da internação, os profissionais devem entrevistar familiares ou cuidadores. Essa conversa ajuda a detectar sinais de demência pré-existente. Mesmo quando o paciente está confuso ou não consegue falar, a triagem funciona. A eficácia do método superou 90%.

A equipe testou a técnica em cinco hospitais de São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Agora, o grupo de estudo está aplicando o método em 43 hospitais no Brasil e em outros quatro países: Angola, Chile, Colômbia e Portugal.

O estudo foi conduzido pelo Laboratório de Investigação Médica em Envelhecimento da USP. As professoras Claudia Suemoto e Monica Yassuda e a médica Regina Magaldi também participaram da pesquisa.

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